sábado, 26 de março de 2011

Cine Penso


Meninos do Brasil (The Boys from Brazil)

Direção:Franklin J. Schaffner


Elenco: Gregory Peck, Laurence Olivier, James Mason, Lilli Palmer

Duração: 123 minutos



Os meninos do Brasil (em inglês The Boys from Brazil) é um romance publicado em 1976 pelo escritor norte-americano Ira Levin. Baseado em sua história foi rodado o filme homônimo que foi lançado em 1978. O romance foi uma das primeiras obras que abordaram sob a óptica da ficção científica a clonagem humana.

Sinopse

O filme inicia-se a partir da investigação de um jovem que fazia parte de um grupo de "caçadores de nazistas" sobre uma informação de que 94 homens comuns deveriam ser mortos num prazo de dois anos e meio, com o sumiço desse jovem investigador e o recebimento de algumas fotos de pessoas ligadas ao nazismo fazem com que Lieberman (Laurece Olivier) um senhor que havia sido prisioneiro nos campos de concentração (Erza Lieberman), saia em busca de mais informações. A cada nova investigação Lieberman acaba desenrolando uma conspiração que tenta recriar a figura de Hitler, a partir de clones desenvolvidos numa região selvagem do Brasil, Mengele (Gregory Peck) arquiteta um plano para fazer com que os clones tenham as mesmas situações vividas por Hitler na sua vida afim de que isso influencie na formação de seu caráter. Durante uma investigação o Sr. Erza se depara com o próprio Mengele (que nesse momento já estava trabalhando só devido ao medo que surge entre os nazistas de serem descobertos), nesse embate Mengele é capturado e morto pela sua criatura (um dos clones).

O filme Meninos do Brasil, retrata uma ficção, bem possível de ainda ocorrer, fundamentados nos preceitos arianos, o médico Josef Mengele procura criar clones de Adolf Hitler, enquanto Ezra Lieberman, um caçador de nazistas, tenta impedi-lo. Mas será que replicarmos gênios como Mozart, Picasso, Gandhi resolveria os grandes problemas da humanidade? Ou, investimentos na educação, saúde, na própria humanidade, permitiriam, quem sabe, o surgimento dos gênios desta geração.



Fontes:

Revista Filosofia, Ciência e Vida, ano IV, n° 43
http://www.webartigos.com/articles/23004/1/O-que-e-etico-e-o-que-nao-e-RESENHA-DO-FILME-MENINOS-DO-BRASIL/pagina1.html#ixzz1FHdCpz72 acesso em 28/02/2011


Comentário filosófico
Na discussão sobre o filme foi possível observar a possibilidade de interdisciplinaridade entre as disciplinas: filosofia, história e biologia.

Entretanto, é preciso mencionar que é preferível não utilizá-lo como sensibilização em sala de aula, ao invés disso, utilizá-lo como aplicação, ou seja, após a matéria que já tenha sido devidamente lecionada.

O filme envolve também questões morais, cientificas, sociais, étnicas e até religiosas bastante pertinentes, tais como, genética, preconceito, justiça, etc.

O grupo levantou questões sobre o personagem Dr. Mengele. Sua atitude acabou contribuindo para o avanço da ciência ou não passava de pura obsessão? E quando realmente ele passou a ser um psicopata?

Apesar de ser uma ficção, o filme trata de um período da história – o nazismo, liderado por Adolf Hitler - o personagem citado acima, Mengele pretendia fazer clones de Hitler, no entanto, ele tinha o conhecimento de que não bastava reproduzir o código genético, mas também era necessário que os clones fossem expostos as mesmas artimanhas do acaso da criatura original.

Entre essas e outras características mencionadas do filme, seria mais proveitoso assisti-lo, pois podem ser percebidos outros detalhes, este é um filme aberto a várias possibilidades de interpretações.

Daiane Fátima, Juliana Monteiro e Karoline Gomes

ENSINAR FILOSOFIA - uma conversa sobre aprender a aprender.


A obra nasceu de uma conversa entre Ricardo Terra e Marcos Nobre gravada em 16 de março de 2006

Seu objetivo é tentar fazer um diagnóstico da situação atual do ensino de Filosofia no Brasil e formular propostas concretas para sua implementação especialmente no ensino médio.

Capítulo I: Traz uma breve descrição da implantação da filosofia no Brasil que ocorreu a partir da década de 1930, mostra ainda como a filosofia torna-se importante na esfera pública surgindo com o intuito de ir contra a ladainha religiosa e o bacharelismo.

A ideia de consórcio é essencial para a formação do intelectual brasileiro, assim não é estranho que um filósofo venha à esfera pública.

Capítulo 2: Ressalta a importância de se ter uma posição filosófica e abertura às críticas dos profissionais de outras áreas. A partir da década de 1990 os critérios de avaliação são deixados de lado, passa-se então a um critério único: é preciso publicar uma quantidade X, o pesquisador não é formado na ideia de que está construindo um país ao participar da construção da universidade (projeto inicial). É necessário criar um padrão específico, em vez de submeter a filosofia a um padrão internacional.

Capítulo 3: é discutido o problema do discurso filosófico atual em que o pesquisador pode simplesmente dizer-se especialista em um autor na filosofia, que o legitima academicamente, assim surge a ideia de especialismo cego, ou seja, profissionais que não conseguem pensar a articulação de seu conhecimento com o mundo que os cerca.

Capítulo 4: Trata da importância da interdisciplinaridade no ensino de filosofia. É imprescindível que o professor tenha uma formação sólida em história da filosofia e simultaneamente seja capaz de trabalhar essa história da filosofia em ação. “Filosofia que não está imersa na cultura, não serve para nada.” Marcos Nobre

Esta obra foi analisada por mim e por uma amiga, Juliana Monteiro, nós duas somos bolsistas do Pibid - Filosofia da UFSJ e esta foi uma de nossas atividades do ano passado.

Como estudar filosofia?


Estudar filosofia é a forma de aprendermos um método reflexivo de pensar e articular de maneira clara e objetiva questões importantes, problemas filosóficos, mesmo adentrar mais profundamente as idéias atuais e aprender a filosofar por si próprio.

No estudo da filosofia além de aprender a história da filosofia o seu foco será fazer com que o aluno aprenda não em que pensar, mas como pensar. E saber pensar para a filosofia se refere, em saber examinar criticamente os problemas filosóficos. O trabalho do filósofo é explorar cada questão minuciosamente para em seguida poder formar um conceito. Para que esse trabalho seja bem sucedido é necessário que se adote uma metodologia de leitura onde o aluno faça dela seu instrumento de trabalho.

A metodologia com que a filosofia trabalha é aplicável independentemente de época ou lugar, tanto na leitura de livros quanto na da realidade atual. Ela é um caminho a ser seguido que requer esforço e dedicação por parte do aluno, reflexões por meio de pesquisas sistemáticas e a procura constante de um melhor e mais exato entendimento da realidade.

Através do processo analítico do estudo filosófico, nossa capacidade de argumentação e construção de um raciocínio lógico torna-se constante, adquirimos capacidade de construir e articular argumentos convincentes e passamos a identificar e avaliar pontos fortes e fracos de cada questão, até as questões mais simples onde em nosso dia-a-dia não as percebemos somos, levados a analisá-las.

Aprender a identificar os sistemas filosóficos e reconstruí-los são qualidades que adquirimos no estudo da filosofia. Todas essas capacidades valorizam o pensamento e a vida do homem, onde este é instruído e motivado a investigar o mundo em que vive e as várias concepções filosóficas, podendo em seguida gerar suas próprias opiniões, pois que na filosofia existem vários pontos de vista. Mas quando o homem se põe a filosofar seus argumentos não se esgotam apenas nesses conceitos, ele continua trabalhando e refletindo reconsiderando e analisando esses dados disponíveis já que levará em consideração o espaço e o tempo em que vive. E nas palavras de Emmanuel Kant: “Não há filosofia que se possa aprender; só se aprende a filosofar.”

Ensaio filosófico da disciplina "Investigação filosófica" - 2009
Karoline Santos Gomes

O que é AMAR para você?

Eles sabem o que é...

Nietsche:
“Aquilo que se faz por AMOR está sempre além do bem e do mal.”

Voltaire:


“Façam o que fizerem, destruam a infâmia e AMEM aqueles que vos AMAM.”

Rousseau:


Pessoas que devem passar os dias juntos, o importante é que eles façam AMAR um pelo outro, e por isso mesmo tornam-se queridos.

Rimbaud:


Sensação
Pelas tardes azuis do Verão, irei pelas sendas,
Guarnecidas pelo trigal,
pisando a erva miúda:
Sonhador, sentirei a
frescura em meus pés.
Deixarei o vento banhar
minha cabeça nua.
Não falarei mais, não
pensarei mais:
Mas um AMOR infinito me
invadirá a alma.
E irei longe, bem longe,
como um boêmio,
Pela natureza, - feliz
como com uma mulher.

Chico Buarque:


Quando AMO
Eu devoro
Todo o meu coração
Eu odeio
Eu adoro
Numa mesma oração.
...


E AMAR para você, é o que mesmo?

Será que tem como defini-lo ou enquadrá-lo num desses perfis?

O Puro Amor

Ela ficava a sonhar com o novo amor
Sentada com seus olhos a vigiar

Desvendava os segredos, queria

O puro amor.



Estou a esperar meu mais novo amor!

Quem dera encontrar, a vida é amor!



Nas noites seu rosto rosado

Os lábios quentes

Mostra que finalmente encontrou

O puro amor.



Estou a esperar meu mais novo amor!

Quem dera encontrar, a vida é amor!

A vida é amor!

Narrativa de uma tentativa de suicídio


Quis aproveitar certa oportunidade


Em uma elevado aranha-céu.


Marina que continha apenas trinta


Procurou se expor em localidades


Aos olhos de todos.






Sua terrível ardência de festas,


Comemoração nunca antes compartilhada.


E as dúvidas! O que ocorrerá no novo?


Sentimentos de inquietude em sua alma


Acelerou o não realizado desejo.






Covarde agora se encontra


Pois um sentimento novo


Pousou em seu peito e acabou


Agradando-lhe por completo


Agora, Marina vive, vive, ...

Desventuras de um bêbado


D’amores eu andava, e por ruas abafadas

Meu olhar ia penetrando as janelas alheias.

Existe ainda o desejo no bater desesperado das portas.

Ao entardecer avistava as pequenas mariposas

Contava-lhes meus segredos

E os mais íntimos, no chão, foram todos, pisoteados.



O dia era dormido em jazigo desconhecido

E o Sol se punha nas montanhas tamanhas

E eu no dançar a caminho das bodegas,

Sto Antônio, quem sabe. Este, em que há gritos.

Os que apenas escutam não traduzem

O idioma lançado em glórias ali retratado.



Gosto do perfume barato, dos restos do tudo

Que não importa mais nada, que a vida nos leve.

Gosto do sorriso alucinado, penetrando além alma.

Ali observo, decoro minúcias do diverso,

Ali transbordo em copos a feliz gratidão

E não a certeza do ter & perder.

(...) Passagem!



Nunca... como podes dizer nunca!


A luz que por aqui caminha


Continuas em seu percurso.


Lenta mente.


Sei que o lugar é outro,


A gare também não é a mesma,


As pessoas... nem se fala!


Mas a Luz, a sombra


Me abala com igual intensidade!
Como outroras, filosofia!


...(fiz uma pequena brincadeira com um trecho do poema de Álvaro de Campos)

Sentir

...


Se queres um olhar

mesmo que pense

deseje a solidão das noites

posso dizer o que prefiro?



palavras, que brotam sorrateiras

no manto róseo licor de meus lábios

e acompanham o caminhar da lua

pequenina tentação!



prefiro esse profundo gemido

perdido, escondido, ao invés daquele sol

ardente, prefiro como dizes

a noite e sua imensa fantasia

que sozinha delira na imensidão.



Karoline Santos Gomes.

10/2010

De Banksy a Sartre: O sonho da liberdade







1. QUEM É BANKSY

Banksy, nascido em Bristol em 1975, iniciou seus trabalhos em estêncil (forma de desenho ou ilustração que representa ilustrações figurativas e abstratas em superfícies de cimento) aos 14 anos, foi expulso da escola e preso por pequenos delitos. Sua identidade ainda é incerta, seu nome de guerra é Banksy, não costuma dar entrevistas e fez da contravenção uma constante em seu trabalho, sempre provocativo. Ele é hoje o grafiteiro mais famoso da Europa e talvez do mundo. Seus pais não sabem da fama que o filho tem: "Eles pensam que sou um decorador e pintor".
Recentemente, Banksy, trocou 500 CDs da cantora Paris Hilton por cópias adulteradas em lojas de Londres, e colocou no parque de diversões Disney uma estátua-réplica de um prisioneiro de Guantánamo.
Suas obras são carregadas de conteúdo social expondo claramente uma total aversão aos conceitos de autoridade e poder. Em telas e murais faz suas críticas, normalmente sociais, mas também comportamentais e políticas, de forma agressiva e sarcástica, provocando em seus observadores, quase sempre, uma sensação de concordância e de identidade. Apesar de não fazer caricaturas ou obras humorísticas, não raro, a primeira reação de um observador frente a uma de suas obras será o riso. Espontâneo, involuntário e sincero, assim como suas obras.

Provocador e criminoso, agora, esse incrível artista também vai se tornar conhecido do público do resto da Europa com o documentário Exit Through The Gift Shop, o qual, segundo disse o próprio Banksy é “o primeiro filme-catástrofe de arte de rua”. No filme, toda a rotina de Banksy é acompanhada e retratada.

2. O TRABALHO DE BANKSY NO MURO DA CISJORDÂNIA

Banksy, em forma de protesto realizou vários trabalhos artísticos no muro da Cisjordânia, muralha que separa Israel da Cisjordânia e que começou a ser construída em 2002, durante o governo do primeiro ministro israelense, Ariel Sharon, para evitar a infiltração de terroristas suicidas palestinos em Israel. A iniciativa suscitou críticas da comunidade internacional, que considera o muro como um símbolo de segregação.

O Muro consiste numa rede de vedações com trincheiras rodeadas por uma área de exclusão média de 60 metros e por paredes de concreto de até 8 metros de altura. Em certos lugares, como na região da cidade palestina de Qalqiliya, o muro chegaria à altura de oito metros. Em alguns pontos, a construção tem 45 metros de largura; em outros, pode chegar a 75 ou 100 metros. A muralha deve conter também dispositivos eletrônicos capazes de detectar infiltrações, fossas antitanque e pontos de observação e patrulha.

A construção também divide no meio o pátio do liceu de Anata em Jerusalém, isolando as quadras de futebol e de vôlei da escola e deixando para os 800 alunos um espaço estreito e limitado para o recreio e as atividades esportivas. Além disso, os alunos se sentem ameaçados e aprisionados, sem nenhuma vontade de sorrir ou conversar e sem contar com o barulho das escavadoras e das bombas de lacrimogêneo que os soldados lançam a todo o momento.

Banksy a partir da observação do desespero e da angústia daquele povo, maltratados e desvalorizados, sem nenhuma perspectiva de vida e sendo a todo instante aterrorizados pelos conflitos que cercam aquela região, ele resolve retratar no “muro da vergonha” de maneira altamente irônica a total falta de liberdade e repressão de qualquer tipo de ação.

3. O CONCEITO DE LIBERDADE EM SARTRE
Jean-Paul Sartre natural de Paris (21 de junho de 1905 — 15 de Abril de 1980). Foi um filósofo francês, escritor e crítico, conhecido como o representante do existencialismo. Sempre acreditou que os intelectuais da época têm que desempenhar um papel na sociedade. Ele apoiou causas políticas e sociais, adaptando sempre suas ações às suas idéias.

A questão da liberdade em Sartre é também o que diferencia o homem dos outros animais, pois que somente o homem é livre. Para ele o homem livre é responsável pelas suas ações, pois ele parte de uma consciência auto-reflexiva e é capaz de pensar em si mesmo, daí ele é um “ser-para-si”.

A partir da liberdade, o homem torna-se responsável por tudo aquilo que escolhe e faz. Portanto ela só possui um verdadeiro significado na ação, quando o homem é capaz de modificar a realidade.

Este conceito, segundo Gerd Bornheim, não têm uma demarcação ou mesmo um ponto que dizemos ser o início e outro o término da liberdade:

“a liberdade não tem essência, instaura-se desprovida de qualquer necessidade de lógica. Já nesse sentido, a existência precede e comanda a essência, e todo empenho em demarcar a liberdade torna-se fundamentalmente contraditório, pois a liberdade se explica como fundamento de todas as essências. Não se trata, portanto, de uma propriedade ou de uma tendência acrescida à minha natureza; trata-se do estofo mesmo de meu ser, e, analogamente à consciência, deve-se ver nela uma simples necessidade de fato uma contingência radical”.
4. RELAÇÃO ENTRE BANKSY E SARTRE

Na fotografia de Banksy, notamos sua tentativa irônica de mostrar que o homem mesmo em uma região de constantes conflitos, ainda é livre. Então, podemos dizer que a partir de uma profunda reflexão o homem descobrirá inúmeras possibilidades e atingirá o conceito de liberdade a qual o Sartre se refere. E também se tornará o único responsável pelas suas ações e escolhas.