quarta-feira, 10 de abril de 2013

Documentário La educación prohibida



Caro amigo futuro professor,

Gostaria de lhe recomendar um ótimo documentário que acabei de assistir e é tão fácil encontrá-lo na internet com o seguinte nome: La educación prohibida, ele foi produzido por jovens argentinos e lançado em 2012.
À medida em que assistia ao vídeo pensava o quanto ele seria produtivo e importante para você, meu amigo! Pois, trata-se de vários depoimentos de pessoas envolvidas com toda a problemática acerca do processo educativo e como você está se preparando para futuramente se tornar um educador, este irá contribuir para sua formação e também para a construção de uma visão geral de como se dá o ensino nas escolas, o que é também foi uma das propostas do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) ao fazer com que seus bolsistas (futuros professores) ainda graduandos de uma licenciatura entrassem em contato com a rotina das escolas.
Várias são as questões abordadas pelo documentário e que merecem destaque, no entanto, primeiramente o que mais me chamou a atenção e penso que também chamaria a sua, pois já nos debruçamos muito sobre esta questão se refere as críticas feitas às práticas educativas tradicionais que prevalecem ainda nos nossos dias e regem o andamento do currículo das escolas brasileiras, apesar delas não serem mencionadas no documentário.
Após ter assistido ao documentário não pude deixar de perceber algumas outras semelhanças entre ele e alguns casos que presenciei no PIBID enquanto cursava minha licenciatura. Irei comentar algumas questões em comum entre ambos, pois sei que será de grande importância para você assim como foi para mim.
Várias são as cenas que mostram a falta de interesse dos jovens pelo estudo, pois estes não conseguem ver nenhum sentido em apenas repetir o que está nos livros didáticos ou o que o professor “fala” em sala de aula. Será que na verdade o professor não “ensina”, mas somente se preocupa em transmitir informações?
No vídeo fica claro que as escolas não procuram desenvolver as habilidades e a autonomia dos seus estudantes, o que ela preza são os conteúdos, que não podem ser deixados nunca de lado e as notas de seus “exames” obrigatórios. Neste ponto, as escolas não avaliam os estudantes pelo que eles são, levando em conta seu estado emocional e muito menos seus interesses. Ou seja, os estudantes em todos os momentos de sua vida escolar são levados a buscar algo que eles não desejam, ou melhor, que eles muitas vezes nem sabe o que é. As ditas avaliações são somente uma forma de satisfazer nossa sociedade que classifica e rotula as pessoas como se fossem apenas simples objetos, Então, em uma escola encontramos aquele estudante EXCELENTE, um outro BOM e o pobre coitado que se frustrará a vida toda, o RUIM.
Todas estas questões eu pude observar enquanto bolsista do PIBID, então constatei que apesar de o documentário ser argentino e não citar nenhum caso brasileiro, todos, eu digo todos os casos e questões abordadas por ele são tipicamente brasileiros, ou seja, estes problemas são nossos.
Percebi também que os professores muitas vezes encontram-se presos aos currículos de sua disciplina e por isso eles não são capazes assim como o estudante de conquistar sua autonomia e muito menos de priorizar ou mesmo de buscar uma relação saudável com seus alunos. A questão da falta de tempo com que o professor lida, também contribui para agravar ainda mais esta questão.
O documentário além de tratar das dificuldades reais vividas nas escolas por seus personagens, ele propõe novas propostas pedagógicas que em sua maioria não são novidades, pois vários estudos e discussões apontam este caminho como uma solução para nossa educação. Muito se discuti que o educador deve repensar sua atuação a cada momento e que o objetivo principal de sua carreira é atingir, ou seja, fazer com que seu aluno se interesse pelo estudo, crie vínculos e busque conhecimento.
Todas as propostas feitas pelo documentário também são necessidades da educação brasileira, elas estavam presentes em todos os estudos que fiz no PIBID, em todas as reuniões do grupo, era visível no olhar de cada estudante das turmas do ensino médio de duas escolas públicas que acompanhei a dúvida e o sofrimento, a primeira por não entender o porquê de estar ali e a segunda por não possuir nenhum tipo de garantia e não conhecer a si próprio.
Para tanto, sempre buscar se atualizar, pensar em sua prática no dia a dia, consequentemente em suas formas de avaliar, sua relação com os estudantes e em verdadeiros objetivos como professor já é um bom começo, que tal?
Querido amigo, eu tenho pensado muito sobre esta profissão que escolhi, suas dificuldades, seus pontos fracos e principalmente nas possibilidades que temos de mudar a situação atual é que têm atraído minha atenção, e isso tem me feito muito bem, nunca antes fui tão bem sucedido em minhas atividades, falo isso pois tenho percebido que quando faço o meu melhor por aquilo que escolhi os meus frutos são reconhecidos em minha rotina em sala de aula. Esta sensação de satisfação, de serviço cumprido me engrandece é como se eu fosse capaz de realizar tudo que quisesse.
Vou finalizando minha carta por aqui e espero que ela seja de grande valia para sua formação e seu futuro. Não vejo a hora de receber sua resposta! Um grande abraço.

Karoline Santos Gomes
Margareth Aparecida da Silva
(Trabalho avaliativo para a disciplina Oficina de Filosofia II entregue 09/04/2013)