terça-feira, 5 de junho de 2012

Escritores da Liberdade



O filme Escritores da Liberdade atenta a diversas questões relevantes a problemática em torno da educação. Nele podemos levantar conceitos importantes sobre as dificuldades no ensino, a falta de interesse dos alunos em aprender, a não aceitação e motivação de práticas inovadoras, salário baixo do professor e uma das questões mais intrigantes: até que ponto o professor é responsável pela formação do aluno? 
A personagem principal Erin, inicia sua atividade como professora cheia de expectativas, em uma escola modelo que estava fazendo parte do projeto de integração que abria espaço para alunos de diferentes etnias. No entanto, ao se deparar com uma turma bastante conturbada de adolescentes problemáticos e de gangues rivais a professora se vê obrigada a repensar o seu modo de ensinar, ou seja, elabora novos métodos de ensino, que eram considerados pela escola tradicionalista, ineficientes e irreais para esta e demais turmas com outras possíveis carências.
No decorrer do filme identificamos uma cena polêmica principalmente para os futuros professores. A professora Erin - um exemplo de profissional dedicado - planeja indicar a leitura de diferentes obras sobre momentos importantes da humanidade. Uma das obras é o livro "O Diário de Anne Frank", com o intuito de relacionar os fatos históricos com a realidade de cada um dos alunos, porém, a coordenadora da escola que desde o princípio tentava vetar e desmotivar todas as ações de Erin não liberou tais livros e pior indicou edições curtas e simplificadas, subestimando a capacidade dos alunos. Tal profissional só dificulta ainda mais a árdua missão de qualquer professor.
O filme possui várias cenas que realmente mostram a realidade cotidiana dos professores e alunos em sala de aula. Principalmente no item das diferenças étnicas, sociais, culturais, econômicas. A professora utiliza dessas diferenças para ressaltar que por mais diferentes que eles sejam, as semelhanças são maiores e de certa forma os une. Assim, eles podem lutar, descobrir o grande poder da tolerância para recuperar suas vidas conturbadas pelo preconceito e mudar seu mundo.
Há momentos que identificamos como humanamente impossível na trama do filme, pois Erin abdica totalmente de sua vida pessoal sem pensar nas consequências, ela simplesmente vive em função dos alunos. E não percebemos em nenhum momento o desgaste físico e emocional vivido por ela. A professora além de dar aulas mantém outros dois empregos e pelo que sabemos a profissão de um educador requer dedicação para elaborar planos de ensino que sejam executáveis, além de estudos de atualização, sem contar a vida pessoal que não pode ser deixada de lado ou prejudicada, o que nos parece irreal no filme. 
Atualmente há muita diversidade em sentido geral em uma mesma sala de aula, sem contar o grande número de alunos por sala. Nos indagamos: como o professor poderia aproveitar dessas diferenças para dar aulas produtivas e interessantes? A princípio, utilizaríamos o filme para sensibilização do tema SOU DIFERENTE E DAÍ? O método que escolheríamos seria o do ilustre Matthew Lipman a comunidade de investigação. Em círculo, haverá a problematização do filme, os alunos juntamente com o professor dialogariam sobre conceitos chaves sobre o tema. E por fim, os alunos em grupo fariam um texto (formal, poesia, quadrinhos, narrativos, etc) abordando o tema sobre suas próprias perspectivas. Que serão afixados pela escola para um maior envolvimento de toda comunidade escolar e quem sabe promover o surgimento de projetos maiores.

Juliana Oliveira Monteiro 

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