sexta-feira, 17 de abril de 2015

Aulas de Filosofia: Avaliação - Cultura, trabalho, consumo e alienação

Avaliação de Filosofia

Nome:                                                                                                Nº                            Série:
Data: ____/____/_____                                                 Valor:                             Nota:

(Questão 1) (Questão do Enem – 2001) “Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, um quarto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes; …” (SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua Natureza e suas Causas. Vol. I. São Paulo: Nova Cultural, 1985).


A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações:
I. Ambos retratam a intensa divisão do trabalho, à qual são submetidos os operários.
II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à produção artesanal.
III. Ambos contêm a ideia de que o produto da atividade industrial não depende do conhecimento de todo o processo por parte do operário.

Dentre essas afirmações, apenas.
(a) I está correta.
(b) II está correta.
(c) III está correta.
(d) I e II estão corretas.
(e) I e III estão corretas.

(Questão 2) Para você qual a relação entre o dinheiro e a felicidade?

(Questão 3) Qual o aspecto positivo do trabalho?

(Questão 4) Analise a imagem abaixo:


Um dos assuntos mais discutidos na atualidade é o consumismo. A partir das aulas dadas e da imagem acima, responda: Na sociedade é tido como feliz aquele que possui bens e não o que ele é de fato, como você analisa esta situação?

(Questão 5) A publicidade na era capitalista se faz importante uma vez que:
(a) Leva as pessoas a comprarem corretamente.
(b) Induz a compra demasiada do supérfluo.
(c) Garante ao consumidor qualidade do produto.
(d) É uma forma de mostrar os defeitos do produto.

(Questão 6) Quando o trabalho se torna alienado? Justifique e dê um exemplo.

(Questão 7) Qual das imagens abaixo é cultura? Explique.




(Questão 8) Qual a diferença entre consumo e consumismo?

(Questão 9) Explique com base no texto abaixo a diferença entre natureza e cultura:
(...) A natureza é tudo o que há em nós por hereditariedade biológica; a cultura é, ao contrário, tudo o que possuímos da tradição externa (...) é o conjunto dos costumes, das crenças, das instituições como a arte, o direito, a religião, as técnicas da vida material, numa palavra, todos os hábitos ou aptidões aprendidas pelo homem enquanto membro de uma sociedade. (...) Claude Lévi-Strauss

(Questão 10) Dê dois exemplos de cultura imaterial.

(Questão 11) O que é hiperconsumismo, de acordo com o texto:
“A obsessão com a saúde e a prevenção é o lado obscuro do hiperconsumismo, gerador de ansiedade quase higienista. A quantidade de informação disponível torna o consumo complicado. Na alimentação, os consumidores estão ávidos pela leitura dos rótulos: quais são os ingredientes, de onde vêm, podem causar câncer, engordar? Há 40 anos, íamos ao médico uma vez por ano, se muito. Hoje, um indivíduo faz até dez consultas por ano. O consumo de exames, para nos fazer sentir "seguros", cresce exponencialmente. Sintoma do hiperconsumismo: queremos comprar nossa saúde.” Gilles Lipovetsky (Filósofo francês)

(Questão 12) De onde vem e para onde vão os produtos que consumimos? O que podemos fazer no nosso dia a dia para evitarmos o consumo alienado?

(Questão 13) Comente de acordo com o trecho abaixo, o aspecto positivo do trabalho: "Uma aranha executa operações que se assemelham às manipulações do tecelão, e a construção das colméias pelas abelhas poderia envergonhar, por sua perfeição, mais de um mestre-de-obras. Mas há algo em que o pior mestre-de-obras é superior à melhor abelha, e é o fato de que, antes de executar a construção, ele a projeta em seu cérebro”. Karl Marx

(Questão 14) “O trabalho dignifica o homem” X “O trabalho escraviza o homem”. Interprete essa contradição.

(Questão 15) É o celular, o tênis de marca, o carro de luxo que definem a nossa essência? Se não, o que define, então?

(Questão 16) O conceito de cultura tal qual os antropólogos e sociólogos a definem tem se tornado uma das pedras fundamentais das ciências sociais. (KROEBER, L. & KLLUCKHOHN, Clyde. A critical Review of concepts anda definitions. Nova York: Vintage Books, 1963.)
De acordo com a noção presente de cultura, assinale a definição correta deste termo entre as alternativas a seguir:
(A) A maneira de acumular o máximo de informações sobre as artes plásticas e literatura, especialmente europeia.
(B) Elementos inatos no ser humano, que o equipam para a vida em sociedade desde o nascimento.
(C) A totalidade dos padrões de comportamento, pensamento e as tradições de um determinado povo.
(D) Aquisição de maneiras civilizadas que representam a maturidade do homem.
(E) Adequação do indivíduo ao viver urbano em grandes cidades.

(Questão 17) O distingue o ser humano dos demais animais?


segunda-feira, 13 de abril de 2015

Aulas de Filosofia: Ser humano - Trabalho, consumo e alienação

Olá! Aos poucos tenho feito meus planos de aula de Filosofia para o Ensino médio  e este trata do tópico Ser Humano - Trabalho, consumo e alienação. Espero que gostem!

Aula de Filosofia – Alienação
Professor(a): 
Conteúdo: Alienação – Trabalho alienado
Trabalho
A palavra trabalho vem do latim tripalium que é o nome de um instrumento feito de três paus para tortura. Existem duas acepções de trabalho, a primeira, positiva divulgada pelo filósofo alemão Hegel (1770), ele afirmava que somente pelo trabalho o ser humano consegue colocar suas potencialidades nos objetos por ele criados., ou seja, o trabalho poderia promover a realização da pessoa, a edificação da cultura e a solidariedade. A segunda acepção, se origina nas sociedades capitalistas. Para o filósofo Karl Marx (1818), o trabalho possui um papel negativo pois deixa de servir ao bem comum, sendo utilizado para o enriquecimento apenas de alguns.
Alienação
A palavra alienação vem do latim alienare, que significa “tornar algo alheio a alguém”, ou seja, “torna algo pertencente a outro”. Na concepção filosófica contemporânea quer dizer um processo pelo qual os atos de uma pessoa são influenciados por outros, em uma posição inferior e contrária a quem o influencia. Nesta acepção, a palavra deve seu uso ao filósofo Karl Marx.
Marx identificou dois momentos distintos de alienação, o primeiro consiste o da objetivação, que se refere à capacidade da pessoa se objetivar, ou seja, de se exteriorizar nos objetos e nas coisas que ele cria. O segundo momento é aquele em que o indivíduo principalmente no capitalismo, após transferir suas potencialidades aos seus produtos deixa de identifica-los como sua obra. Ou seja, os produtos não são pertencentes a quem os produziu, mas tornam-se “estranhos” a eles, tanto no plano econômico, como no psicológico e no social.
Na nossa sociedade o processo de alienação atinge múltiplos campos da vida humana, invadindo as relações das pessoas com o trabalho, lazer, consumo, seus semelhantes e consigo mesmo. Abaixo encontra-se especificado a alienação do trabalho.
Alienação do trabalho


Na nossa sociedade a produção econômica transformou-se no objetivo imposto às pessoas, quer dizer, não são as pessoas o objetivo da produção, mas a produção em si. Esse processo acentuou-se no século XIX quando o trabalho nas indústrias tornou-se rotineiro, automatizado e especializado, subdividido em múltiplas operações, pois se visava economizar tempo e aumentar a produtividade.
A forma de organização do trabalho em linhas de operação e montagem, aperfeiçoada posteriormente pelo economista Frederick Taylor, ficou conhecida como “taylorismo”, a sua consequência é que a fragmentação do trabalho conduz uma fragmentação do saber, uma vez que o trabalhador perde a noção de conjunto do processo produtivo.
Essa forma de organização do trabalho conduz ao trabalho alienado e ainda pode ser observado em muitas indústrias, onde o operário é restringido ao cumprimento de ordens relativas a qualidade e quantidades da produção. O trabalhador não pode decidir sobre o resultado final, repete sempre as mesmas operações mecânicas produz bens estranhos a sua pessoa, aos seus desejos e as suas necessidades.
O trabalhador é submetido a um sistema que comumente não lhe permite desfrutar financeiramente de sua própria atividade. Dessa forma, a meta é produzir para satisfazer as necessidades do mercado não propriamente à do trabalhador. Fabricam-se para uma elite econômica enquanto o trabalhador mantém-se miseravelmente.
O trabalho alienado costuma ser marcado pelo desprazer, pela exploração e embrutecimento do trabalhador. Em Manuscrito econômico-filosóficos, Marx descreve este processo:
Primeiramente, o trabalho alienado se apresenta como algo externo ao trabalhador, algo que não faz parte de sua personalidade. Assim, o trabalhador não se realiza em seu trabalho, mas nega-se a si mesmo. Permanece no local de trabalho com uma sensação de sofrimento em vez de bem estar, com um sentimento de bloqueio de suas energias físicas e mentais que provoca cansaço físico e depressão. Nessa situação, o trabalhador só se sente feliz em seus dias de folga enquanto no trabalhado permanece aborrecido. Seu trabalho não é voluntario, mas imposto e forçado.
O caráter alienado desse trabalho é facilmente atestado pelo fato de ser evitado como uma praga; só é realizado à base de imposição. Afinal, o trabalho alienado é um trabalho de sacrifício, de mortificação. È um trabalho que não pertence ao trabalhador, mas sim à outra pessoa que dirige a produção. (MARX, 1989, p. 23).
Na alienação o ser humano perde sua individualidade, transforma-se em mercadoria, sente-se como uma “coisa”, que só alcançará sucesso no “mercado das personalidades” (COTRIM, 2010, p. 147)! Cada pessoa vê a outra segundo critérios e valores definidos por esse mercado.

REFERÊNCIAS:
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2010.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. Lisboa: Edições 70, 1989.

Aula de Filosofia – Alienação 2
Professor(a): 
Conteúdo: Consumo e Lazer Alienado


Celular, computador, TV + sorvete, pipoca, chocolate e refrigerante, quem não gosta? Você já se perguntou de onde vem as coisas que compramos e pra onde vão quando nos desfazemos dela? Observe o esquema abaixo:

(Matéria-prima)                (poluição)                     (Distribuição)              (Consumo)        (tratamento?)
NATUREZA ------------ FÁBRICAS ------------- COMÉRCIO ------------ CASAS --------------- LIXO
(Extração)                        (Produção) 

Em primeiro lugar, neste sistema parece que está tudo bem, sem problemas. Mas na verdade é um sistema em crise, porque trata-se de um sistema linear e nós vivemos num planeta finito, sendo assim, devemos investigar mais atentamente.
Como podemos definir o termo consumo? Consumir significa utilizar, dar fim a algo, para alcançar determinado objetivo. Então, consumir é participar de um patrimônio construído pela sociedade. Assim, além de atender às necessidades individuais, o consumo expressaria também a forma pela qual o indivíduo está integrado à sociedade. O consumidor alienado age como se a felicidade consistisse, apenas, numa questão de poder sobre as coisas, ignorando o prazer obtido com aquilo que verdadeiramente ama. O consumo deixa de ser um meio de expressão do prazer pessoal e se transforma num fim em si mesmo. Torna-se um ato obsessivo alimentado pelo apetite de novidade e distinção social.
“Quanto mais intensa é a preocupação do indivíduo com o poder sobre as coisas, mais as coisas o dominarão, mais lhe faltarão traços individuais genuínos.” Max Horkheimer (1885)

O lazer alienado



A indústria cultural e de diversão vende peças de teatro, filmes, livros, shows, jornais e revistas como qualquer outra mercadoria. E o consumidor alienado compra seu lazer da mesma maneira como compra seu sabonete. Consome os “filmes da moda” e frequenta os “lugares badalados” sem um envolvimento autêntico com o que faz.

EXERCÍCIOS

1. O que você entendeu sobre este trecho do poema “Eu, etiqueta”, de Carlos Drummond de Andrade:
Estou, estou na moda
É doce estar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.

2. ”O trabalho dignifica o homem” X “O trabalho escraviza o homem”. Interprete essa contradição.

3. Que papel tem a propaganda no processo de alienação?

4. Considerando os exemplos da sua vida cotidiana, explique como o processo de alienação afeta o indivíduo:
a) em sua relação consigo mesmo;
b) em sua forma de consumir;
c) em seu jeito de descansar e se entreter;
d) em sua maneira de relacionar com outras pessoas.

*Você poderá passar este tópico para seus alunos da forma que achar melhor, eu sempre trabalho citações, trechos de textos filosóficos, vídeos e e imagens.

Planejamento Anual de Filosofia para o Ensino Médio - 2015

Planejamento Anual 
Professor:                                                                                                                               
Disciplina: Filosofia                        Período/Turma: 2015/1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio           
nº de aulas semanais: 1                                              Total de aulas no período:

TÓPICO/HABILIDADE
(Conteúdo)

DETALHAMENTO DA HABILIDADE
(Objetivos)
ATIVIDADES
(Recursos)
AVALIAÇÃO
PERÍODO
(Bimestre)
1º ANO – Ser Humano (Cultura e Natureza); - Ser Humano (Técnica, trabalho, consumo, alienação e arte) – temas complementares; - Ser Humano (Corpo e psiquismo); Agir e Poder (Cidadania e Direitos Humanos) - Agir e Poder (Felicidade e Estética) – temas complementares.
Distinguir as noções de natureza e de cultura; - analisar os conceitos de técnica, arte, trabalho, consumo e alienação na história da filosofia e na atualidade; - relacionar os conceitos de trabalho e consumo alienado; discutir sobre alienação na atualidade; - discutir as relações entre racionalidade e desejo; - discutir a relação entre mente e cérebro; - Conhecer os direitos e deveres do cidadão; - Identificar a importância do conceito cidadania no convívio social; - Estudar os conceitos de estética, de beleza e felicidade.
Aula expositiva, diálogos sobre o conteúdo, atividades em grupo, leitura e analise de textos filosóficos e de diferentes estruturas, exibições de filmes e vídeos.
Trabalhos em sala de aula (em grupo ou individual), exercícios no caderno, participação e testes avaliativos.

1º, 2º, 3º e 4º bimestre de 2015.
2º ANO – Agir e Poder (os valores: a) ser e dever ser b) Fatos e Valores c) universalidade e relatividade dos valores d) Bem e mal; - Liberdade e determinismo; - Ser Humano (Corpo e psiquismo); - Indivíduo e comunidade: a) conflito b) lei e justiça; Agir e Poder (Felicidade e Estética) – temas complementares.
- Identificar ideias presentes entre as esferas dos fatos e dos valores; - reconhecer que o agir humano é de natureza valorativa; - compreender aspectos da diversidade cultural;- confrontar as posições universalistas e relativistas em relação aos valores; - compreender a analisar o conceito de liberdade e sua relação com o de determinismo; - compreender que a liberdade humana se exerce em meio a determinações; - discutir as relações entre racionalidade e desejo; - discutir a relação entre mente e cérebro;- delimitar as esferas do indivíduo, do social e do político; - compreender os diferentes conceitos de lei, justiça, direitos e deveres, etc; - Estudar os conceitos de estética, de beleza e felicidade.
Aula expositiva, diálogos sobre o conteúdo, atividades em grupo, leitura e analise de textos filosóficos e de diferentes estruturas, exibições de filmes, músicas e vídeos.
Trabalhos em sala de aula (em grupo ou individual), exercícios no caderno, participação e testes avaliativos.

1º 2º, 3º e 4º bimestre de 2015.
3º ANO – Conhecer (verdade e validade, indução e dedução, teoria dos conjuntos; - Tipos de conhecimento a) a emergência da filosofia b) filosofia e outros saberes); - a racionalidade cientifica; - ética e ciência; Ser Humano (Corpo e psiquismo); Agir e Poder (Cidadania e Direitos Humanos).
Estudar as noções de lógica, proposição, juízo, raciocínio, argumento a partir da distinção validade/verdade; - distinguir argumentos dedutivos de indutivos; - identificar a forma lógica e aplica-la na teoria dos conjuntos; - contextualizar o surgimento da filosofia; - caracterizar o filosofar como experiência existencial, relacionar mito e filosofia; - distinguir e relacionar filosofia, religião, ciência, arte e senso comum; - relacionar conhecimento empírico e inteligível; - discutir as relações entre racionalidade e desejo; - discutir a relação entre mente e cérebro; - Conhecer os direitos e deveres do cidadão; - Identificar a importância do conceito cidadania no convívio social;
Aula expositiva, diálogos sobre o conteúdo, atividades em grupo, leitura e analise de textos filosóficos e de diferentes estruturas, exibições de filmes, músicas e vídeos.
Trabalhos em sala de aula (em grupo ou individual), exercícios no caderno, participação e testes avaliativos.

1º, 2º, 3º e 4º bimestre de 2015.


Lembrando que este é um currículo básico que irá ser trabalhado durante o ano, mas ainda poderá ser complementado, reorganizado e adaptado a diversos projetos e conteúdos. 

 * O tópico Ser humano (Corpo e psiquismo) se repete nos três anos, por ainda não ter sido trabalhado em nenhuma das turmas.

Referências:

- CBC. Conteúdo Básico Comum. Autores: BIRCHAL, Telma; KAUARK, Patrícia; MARQUES, Marcelo. Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Educação. Disponível em: <http://crv.educacao.mg.gov.br>. Acesso em: 01 de outubro de 2013.