sábado, 4 de agosto de 2012

Pro Dia Nascer Feliz - Documentário




Comentário do Documentário “Pro dia nascer feliz” de João Jardim

            O documentário “Pro dia nascer feliz” lançado no ano de 2006 foi recebido pelo público de educadores e afins com aclamada repercussão e trouxe discussões polêmicas acerca de problemáticas, tais como: A importância de se acompanhar e conhecer cada aluno, o papel da família na educação, a carga física e emocional abalada do professor devido a falta de valorização, etc.
            Estes são apenas alguns dos principais pontos levantados em uma discussão feita pelos bolsistas do PIBID/Filosofia da UFSJ após a exibição do documentário. A questão sobre a importância de o professor procurar conhecer e saber das dificuldades enfrentadas no dia a dia de cada aluno foi bastante enfatizada pelo diretor João Jardim. Em uma cena na escola de Duque de Caxias - apesar de se tratar de uma das escolas mais problemática e carente das que foram retratadas os professores mostraram estar um pouco atentos a este respeito promovendo outros tipos de atividades com os alunos e também durante o conselho de classe quando não reprovam um estudante por se tratar de um garoto com sérios problemas familiares.
               É a partir dessa relação entre professor e aluno que tanto um como outro buscam soluções e tentam resolver os impasses dessa rotina, o que nos remete a uma outra questão também levantada: os alunos veem a escola como um martírio que são obrigados a enfrentar, para a maioria, ir a escola não tem sentido, ou melhor utilidade. É exatamente neste ponto que o professor deve atuar, pois ele saberá dessa carência de sentido e fará o melhor para conquistar o estudante.
            No entanto, o professor não deve ser considerado o único responsável por tentar promover a aproximação saudável do jovem e a escola, a família possui um papel importantíssimo, o que já é praxe em toda discussão. Observamos na maioria dos exemplos apontados no documentário que as dificuldades maiores, que os casos extremos tem como fundo uma família desestruturada e que possuem a mesma visão de educação que seus filhos, como uma “obrigação sem sentido”, além de contarem com várias outras carências (econômica, saúde, psicológica, etc).
            Uma saída simples para esse problema seria estimular o processo de aprendizagem na criança desde muito cedo, para isso a família faria o papel principal e é exatamente este o ponto chave e mais difícil de se resolver, como levar educação, trabalho, saúde, justiça, equilíbrio, etc para as nossas famílias brasileiras sem que isso seja considerado uma apenas uma obrigação?
            Observamos também que a tarefa do professor é uma tarefa bem mais complexa do que imaginamos e que exige muito do profissional e este não é valorizado. O professor enfrenta “salas” de aula abarrotadas de alunos vindos de várias localidades com culturas e crenças bem diferentes uma da outra e com famílias que enfrentam muitos outros problemas. Muitas vezes o professor tem que trabalhar em mais de uma escola, pois o seu salário é muito baixo, em casa elabora aulas, pesquisa, corrigi muitas provas e trabalhos, tem conhecer e se dedicar aos alunos (todos) e ainda o professor também tem uma família da qual deve zelar. Como fazer do professor um profissional satisfeito e que exerça sua profissão com qualidade? Quem sabe se ao menos seu salário fosse melhor e se ele pudesse contar com outras contribuições (saúde, alimentação, transporte, etc) todos poderiam começar seu dia muito mais feliz e motivados para poder também transformar uma realidade.

Karoline Santos Gomes

Sinopse e mais dados sobre o documentário acesse a página:
                       
            

Nenhum comentário:

Postar um comentário