Um
novo pacto entre sociedade e natureza
Como
propôs o pensador francês Michel Serres, estamos sendo convocados a estabelecer
um novo pacto, denominado de contrato
natural, o qual poderíamos entender como um contrato social ampliado, desta
vez incorporado a dimensão ambiental nos planos de futuro e na negociação do
presente dos seres humanos. Nesse sentido, trata-se de enfrentar o desafio de
encontrar os caminhos possíveis para reunir as expectativas de felicidade
humana e a integridade dos bens ambientais. Um encontro que certamente
implicaria aprendizado no qual estaria em jogo a humanização das relações com a
natureza e a “ecologização” das relações sociais. Trata-se aqui de construir
uma cultura ecológica que compreenda natureza e sociedade como dimensões
intrinsecamente relacionadas e que não podem ser mais pensadas – seja nas
decisões governamentais, seja nas ações da sociedade civil – de forma separada,
independente ou autônoma.
A
reciprocidade, o acolhimento e reconhecimento de direitos iguais na relação
entre as necessidades humanas e as condições ambientais são a utopia da
educação ambiental. Uma utopia possível, porque já podemos vê-la despontar aqui
e ali em experiências concretas. A busca da historicidade, como horizonte de
proposição das relações ambientais, também nos auxilia nessa direção. Segundo o
filósofo Mauro Grun (1996, p. 112): “A dimensão ética da educação ambiental
deveria ser buscada na história recalcada de nosso relacionamento com o
ambiente”.
Mas
temos igualmente de reconhecer ser uma utopia que ainda não congrega o conjunto
da sociedade nesse novo padrão ético de educar e viver. Infelizmente, estamos
deveras longe de generalização desses valores e crenças que definem as relações
recíprocas com o ambiente como o fundamento para tomada de decisões nos
diversos espaços sociais de manejo de conflitos e de políticas ambientais
disseminados em nosso país e em todo o mundo. Outrossim é preciso compreender
os conflitos que atravessam as múltiplas compreensões e práticas ambientais
para poder sustentar uma ética ambiental que se afirme no embate com interesses
imediatos e utilitaristas que não estão por ela regulados.
CARVALHO,
Isabel Cristina de Moura. Educação
Ambiental: A Formação do Sujeito ecológico. 5 ed. Cortez, 2011. (pág.
140 a 142)
Caça-palavras
Filosófico
1- Qual a dimensão da educação ambiental que deveríamos
buscar na história? _ _ _ _ _
2- O texto propõe um pacto entre a _ _ _ _ _ _ _ _ _ e
a natureza.
3- Segundo Michel Serres como se denomina a negociação
entre os seres humanos e a natureza? _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
4- Um encontro que certamente implicaria _ _ _ _ _ _ _
_ _ _ _
5- Para compreender que natureza e sociedade se
relacionam e que é impossível se desfazer de uma sem que a outra sofra é
necessário criar uma _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ _
6- Atualmente tornou-se necessário estabelecer um novo
_ _ _ _ _ para uma possível _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ das relações sociais.
7- Para efetivarmos o tema proposto pelo texto a _ _ _
_ _ _ _ _ ambiental deveria ser tratada por todas as disciplinas desde a
educação infantil.
8- Na sociedade capitalista o que mais nos preocupa de
imediato são os bens _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, neste ponto, somente nos
interessamos por algo se ele nos for útil.
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