Trabalho apresentado pelas estudantes de filosofia da UFSJ: Daiane Fátima de Souza
Juliana Oliveira Monteiro
Karoline Santos Gomes
na disciplina Psicologia da Educação II - 2º semestre/2011
O bullying é um tema que vem se destacando muito nos dias atuais e em todo o mundo, possui uma infinidade de opiniões, estudos, publicações e etc., que tentam explicar o fenômeno e os motivos que leva um indivíduo ou grupo a agir de forma deliberada e tão cruel.
No entanto, surgem também interpretações e informações equivocadas que geram controvérsias e que acabam dificultando o processo de entendimento e resolução do problema.
O Conceito
Bullying, é uma forma de violência que ocorre na relação entre pares e sua incidência é maior entre os estudantes, ou seja, no meio escolar e hoje também é identificado fora dele, por exemplo, em ambientes virtuais (cyberbullying). Ele é caracterizado pela intencionalidade e também pela continuidade das ações agressivas contra uma mesma vítima o que resulta em danos e sofrimentos.
Além disso, é também considerado como uma forma de violência gratuita onde a vítima é exposta a uma série de abusos repetidamente, dentre eles: constrangimento, exclusão, discriminação, ameaça, intimidação, etc. Tais atitudes fazem com que a vítima se sinta menosprezada, inferiorizada, humilhada, dentre outras.
Com base nas entrevistas realizadas em uma escola pública, comprovamos que existem divergências no que tange o conceito de bullying, isto é devido aos estudos que são recentes e à carência de estudos mais aprofundados que avaliem seus impactos ao longo do tempo.
Questão 1 - Especifique suas concepções sobre bullying.
Professor de Educação Física
“Ato de desrespeito e muitas vezes envergonhado pela pessoa agredida”.
Professora de Artes
“Agressão gratuita verbal ou física, por desrespeito às diferenças.”
Professora de História
“Qualquer forma de constrangimento, seja pela cor, aparência, religião, etc.”
Funcionária
“Acho que é um desrespeito, independente da religião, das diferenças.”
Questão 2 - Como você identifica a prática do bullying? Levando em consideração que há brincadeiras entre os alunos, como distingui-lo?
Professor de Educação Física
“A maioria inicia-se com brincadeiras e na grande maioria a própria vítima acha graça, não se dando o respeito. Tal fato se repete com tanta freqüência, que os alunos acham normal as brincadeiras e nem percebem que a agressão é considerada Bullying.”
Professora de Artes
“Quando esta brincadeira é ofensiva e repetitiva.”
Professora de História
“Quando passa a ser desrespeitosa.”
Funcionária
“Como um desrespeito mesmo. Isso eles aprendem em casa, é falta de atenção, falta dos pais mostrar o que é certo e o que é errado, falta de limite.”
Convergências em seu significado
Uma ideia semelhante que podemos destacar é de que o combate ao bullying vem sendo uma missão mais atribuída às escolas do que aos tribunais e ao governo. Percebemos que nenhum caso de bullying ainda não ultrapassou os limites da escola:
Questão 3 - Ao diagnosticar um caso de bullying, como é dada a orientação ou punição para os alunos (vítima e agressor)? Envolve o conselho tutelar?
Professor de Educação Física
“Desconheço algum caso que já tenha chegado a tal ponto”
Professora de Artes
“Não presenciei nenhuma situação grave a ponto de envolver o conselho tutelar.”
Professora de História
“Depende da situação, em caso mais grave chamamos os pais.”
Funcionária
“Eles reagem, chamam o Conselho Tutelar. Aqui nunca aconteceu, não sei o que fariam. Quando acontece uma coisa simples eles já corrigem.”
Segundo as leis devem ser instituídos nas escolas programas preventivos, e que sejam compostos por um conjunto de ações visando reduzir o problema e o incentivo da cultura de paz. Entre os programas podemos citar: capacitação de docentes e equipe pedagógica para o diagnóstico; intervenção e encaminhamento de casos; envolvimento da comunidade escolar – pais, docentes, discentes, equipe pedagógica – nas discussões e desenvolvimento de ações preventivas, entre outros.
No entanto, na realidade escolar estes programas não estão acontecendo e além do mais os profissionais da educação estão totalmente desinformados do que seja e se a sua escola desenvolve algum projeto de prevenção ao bullying. Tal fato pode ser claramente percebido nas respostas dadas as seguintes perguntas:
Questão 4 - A escola realiza projetos de prevenção ou de conscientização sobre bullying?
Professor de Educação Física
“Houve palestra e há também orientação da direção.”
Professora de Artes
“Sim, o PEAS.”
Professora de História
“Sim, durante todo o ano.”
Funcionária
“Não tem, que a gente saiba. Talvez tenha mais à tarde com as crianças.”
Questão 5 - Todos os funcionários da escola podem participar de tais projetos?
Professor de Educação Física
“Creio que sim.”
Professora de Artes
“Sim, os que se interessarem.”
Professora de História
“Sim.”
Questão 6 - Existem projetos na escola sobre bullying que envolvam os pais?
Professor de Educação Física
“Se há, eu desconheço.”
Professora de Artes
“Os projetos envolvem toda comunidade escolar, os que estiverem interessados.”
Professora de História
“Não, o que é uma falha.”
Quem são
É importante ressaltar que nas ocorrências de bullying é necessária a identificação dos participantes, estes não se restringem somente a vítima e agressor, temos: a “vítima típica”- aquele que serve de bode expiatório para um grupo; a “vítima provocadora”- aquele que provoca determinadas reações contra as quais não possui habilidades para lidar; a “vítima agressora”- aquele que reproduz os maus-tratos sofridos; o “agressor”- aquele que vitimiza os mais fracos e o “espectador”- aquele que presencia os maus-tratos, porém não o sofre diretamente e nem o pratica. Quanto a essa questão obtemos as seguintes respostas:
Questão 7 - Em sua opinião, qual o perfil da maioria dos alunos que são vítimas de bullying? E do agressor?
Professor de Educação Física
“Vitima: a maioria timidez, agressor: arrogância, indisciplinado, liberdade entre os envolvidos”
Professora de Artes
“As vítimas são tímidas de baixa auto-estima e inseguras. O agressor normalmente, são seguros e desinibidos, mas com baixa auto-estima também”
Professora de História
“Pessoas mais tímidas ou que tenha algo que se destaque em sua aparência física.”
Funcionária
“Vítima: Sem perspectiva, fechada, retraída. Agressor: Mal educado, violenta, agressiva, sem respeito.”
Identificação
Infelizmente é difícil tanto para os profissionais da educação quanto para os pais identificar e distinguir o bullying de outras ações agressivas. Principalmente os pais devem ficar atentos a alguns comportamentos frequentes neste caso, no perfil do agressor em que se destaca os seguintes sintomas: irritabilidade, agressividade, impulsividade, ar de superioridade, etc. Já no caso da vítima é preciso atentar-se para: explosões de irritação, dores de cabeça e de estômago, tonturas, pouco apetite, entre outros.
“Esta forma de violência é de difícil identificação por parte dos familiares e da escola, uma vez que a vítima se vale da ‘lei do silêncio’, por medo de sofrer represálias e por vergonha de admitir que está apanhando ou passando por situações humilhantes na escola ou, ainda, por acreditar que não lhe darão o devido crédito. Sua denúncia ecoaria como uma confissão de fraqueza ou impotência de defesa.”
Cleo Fante
Questão 8 - Em sala de aula ou em outro lugar do ambiente escolar, já presenciou alguma situação de bullying?
Professor de Educação Física
“Sim.”
Professora de Artes
“Sim, várias vezes.”
Professora de História
“Infelizmente sim.”
Funcionária
“Não, somente brincadeiras.”
Questão 9 - Qual sua reação diante de tal situação?
Professor de Educação Física
“Quando a vítima é uma pessoa próxima, tomo a liberdade e peço que ela se dê o respeito para que não se repita.”
Professora de Artes
“Indignada, tento intervir, mostrando a posição errada do outro lado.”
Professora de História
“Não acho correto, minha reação seria entrar no meio e defender a vítima.”
Funcionária
“Não acho correto, minha reação seria entrar no meio e defender a vítima.”
Questão 10 - Como você identifica a prática do bullying? Levando em consideração que há brincadeiras entre os alunos, como distingui-lo?
Professor de Educação Física
“A maioria inicia-se com brincadeiras e na grande maioria a própria vítima acha graça, não se dando o respeito. Tal fato se repete com tanta freqüência, que os alunos acham normal as brincadeiras e nem percebem que a agressão é considerada Bullying.”
Professora de Artes
“Quando esta brincadeira é ofensiva e repetitiva.”
Professora de História
“Quando passa a ser desrespeitosa.”
Funcionária
“Como um desrespeito mesmo. Isso eles aprendem em casa, é falta de atenção, falta dos pais mostrar o que é certo e o que é errado, falta de limite.”
Percebemos através das entrevistas que as escolas não estão preparadas para lidar com situações de bullying, devido à falta de programas e projetos preventivos que envolvam a participação da comunidade escolar (pais, professores, pedagogos, funcionários, estudantes, etc) e as variadas concepções superficiais sobre o assunto e sobre a própria escola.
No entanto, é de fundamental importância que as escolas promovam espaços para que ocorra uma verdadeira conscientização sobre o bullying e que possuam também a participação de profissionais capacitados que possam diagnosticar e prevenir essas práticas.
Referências:
http://www.inov.org.br/site/artigos/9.pdf > acesso em 04/11/2011
http://www.bullying.pro.br/images/stories/pdf/brincadeiras_perversas.pdf > acesso em 02/11/2011
http://www.sinpro-rs.org.br/extraclasse/mai05/ideias.asp > acesso em 02/11/2011
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