"Educar-se é permanentemente esculpir-se."
(Plotino)
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Analisar o processo educacional durante toda a história deve ser-lhe agregado um valor importantíssimo, pois é através desses estudos que podemos evitar problemas já enfrentados, articular as novas concepções com as já praticadas e criar o novo, que atenderá as mudanças que o mundo enfrenta com o passar do tempo.
Levando em consideração fatores importantes para a formação do cidadão/sociedade, do indivíduo e do crescimento tecnológico/natureza, podemos tentar promover comentários relevantes sobre nossa atualidade priorizando estes fatores essenciais com a educação na Idade Antiga de Atenas.
Atenas era uma sociedade dividida em três partes, os eupátridas (grandes proprietários de terras), os georgóis (pequenos proprietários) e demiurgos (artesões especializados), além de um pequeno número de escravos. Destacamos a valorização que Atenas tinha para com a educação de seu povo, o que fez com que a cidade se transformasse no centro cultural e intelectual do Ocidente. É em Atenas que surge a filosofia e também a democracia, ou seja, a cidade foi o berço do nosso Mundo Ocidental.
O processo educacional vigente em Atenas preconizava dois aspectos na formação do homem: a formação do homem de ação e a formação do homem de sabedoria. A educação ateniense tinha como objetivo principal à formação de indivíduos completos, ou seja, com o bom preparo físico, psicológico e cultural. Desta forma, a educação ateniense refletiu os anseios e valores desta sociedade.
Podemos dizer que ela tinha a ambição de reunir num só corpo a beleza física e moral de um indivíduo. No entanto, esta educação se manteve como apenas um ideal para a maioria da população, pois que ela somente vingava para poucos, para a elite.
Pairava um clima muito propício na cidade, pois que não havia local público na cidade de Atenas (ágora, ginásios, palestras, estádios ou teatro) onde não se encontrasse um mestre tentando atrair seus possíveis alunos.
Hoje em dia percebemos que é exatamente o contrário que se desenrola em nossa sociedade no que tange ao processo educacional que empregamos. Desde criança os jovens vêem o estudar como um processo árduo, no qual ele deve parar tudo o mais para fazer algo que simplesmente não utilizará algo que ele de imediato, ou na maior parte das vezes nunca descobrirá o seu verdadeiro valor.
Justamente por isso, quando pensamos no estudar, logo relacionamos a sensações de desgaste, de cansaço e com isso você tende a ir deixando, adiando esse momento.
No entanto, quando nos dedicamos em um trabalho de estudo, quando já tentamos de tudo para evitar este momento e agora já não nos resta outra alternativa, nos debruçamos em nossas carteiras, nos livros, escrevemos, pensamos e... a satisfação, o prazer da conquista. São estes os sentimentos que a criação nos oferece. Os verdadeiros sentimentos que uma dedicação aos estudos deveriam nos remeter.
Em Atenas, a educação era vista como algo necessário e junto como algo que a todo instante promovia satisfação, como a elevação do homem. Através da educação que o homem era capaz de demonstrar o que realmente era, realização.
Não podemos negar os sentimentos de conquista gerados em nós quando chegamos ao fim de um estudo, ou mesmo quando encontramos uma surpresa no meio do caminho e este faz com que mudamos completamente a nossa direção, é impossível negar que o homem é pura atividade, ou seja, que ele se satisfaz com suas ações, e é através destas que o mundo se desenvolve e também permanece.
Se encararmos o processo educacional inserido em nosso dia a dia, como algo que acontece naturalmente e que não precisa de pressões para acontecer, sem dúvidas todo o processo de desenvolvimento que estamos passando não promoverá nossa destruição como dizem, pelo contrário, todo ele surgirá com o intuito de conservação e de garantia. Neste ponto temos a educação como um fator de fundamental importância para o nosso desenvolvimento e é assim que ela deve ser encarada, como o primeiro passo.
Karoline Santos Gomes
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