Comentário do Documentário
“Pro dia nascer feliz” de João Jardim
O documentário “Pro
dia nascer feliz” lançado no ano de 2006 foi recebido pelo público de
educadores e afins com aclamada repercussão e trouxe discussões polêmicas
acerca de problemáticas, tais como: A importância de se acompanhar e conhecer
cada aluno, o papel da família na educação, a carga física e emocional abalada
do professor devido a falta de valorização, etc.
Estes são apenas alguns dos principais pontos levantados
em uma discussão feita pelos bolsistas do PIBID/Filosofia da UFSJ após a
exibição do documentário. A questão sobre a importância de o professor procurar
conhecer e saber das dificuldades enfrentadas no dia a dia de cada aluno foi
bastante enfatizada pelo diretor João Jardim. Em uma cena na escola de Duque de
Caxias - apesar de se tratar de uma das escolas mais problemática e carente das
que foram retratadas os professores mostraram estar um pouco atentos a este
respeito promovendo outros tipos de atividades com os alunos e também durante o
conselho de classe quando não reprovam um estudante por se tratar de um garoto
com sérios problemas familiares.
É a partir dessa
relação entre professor e aluno que tanto um como outro buscam soluções e
tentam resolver os impasses dessa rotina, o que nos remete a uma outra questão
também levantada: os alunos veem a escola como um martírio que são obrigados a
enfrentar, para a maioria, ir a escola não tem sentido, ou melhor utilidade. É
exatamente neste ponto que o professor deve atuar, pois ele saberá dessa
carência de sentido e fará o melhor para conquistar o estudante.
No entanto, o professor não deve ser considerado o único
responsável por tentar promover a aproximação saudável do jovem e a escola, a
família possui um papel importantíssimo, o que já é praxe em toda discussão.
Observamos na maioria dos exemplos apontados no documentário que as
dificuldades maiores, que os casos extremos tem como fundo uma família
desestruturada e que possuem a mesma visão de educação que seus filhos, como
uma “obrigação sem sentido”, além de contarem com várias outras carências
(econômica, saúde, psicológica, etc).
Uma saída simples para esse problema seria estimular o
processo de aprendizagem na criança desde muito cedo, para isso a família faria
o papel principal e é exatamente este o ponto chave e mais difícil de se
resolver, como levar educação, trabalho, saúde, justiça, equilíbrio, etc para
as nossas famílias brasileiras sem que isso seja considerado uma apenas uma
obrigação?
Observamos também que a tarefa do professor é uma tarefa
bem mais complexa do que imaginamos e que exige muito do profissional e este
não é valorizado. O professor enfrenta “salas” de aula abarrotadas de alunos
vindos de várias localidades com culturas e crenças bem diferentes uma da outra
e com famílias que enfrentam muitos outros problemas. Muitas vezes o professor
tem que trabalhar em mais de uma escola, pois o seu salário é muito baixo, em
casa elabora aulas, pesquisa, corrigi muitas provas e trabalhos, tem conhecer e
se dedicar aos alunos (todos) e ainda o professor também tem uma família da
qual deve zelar. Como fazer do professor um profissional satisfeito e que
exerça sua profissão com qualidade? Quem sabe se ao menos seu salário fosse
melhor e se ele pudesse contar com outras contribuições (saúde, alimentação,
transporte, etc) todos poderiam começar seu dia muito mais feliz e motivados
para poder também transformar uma realidade.
Karoline
Santos Gomes
Sinopse e mais dados sobre o documentário acesse a página:
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