D’amores eu andava, e por ruas abafadas
Meu olhar ia penetrando as janelas alheias.
Existe ainda o desejo no bater desesperado das portas.
Ao entardecer avistava as pequenas mariposas
Contava-lhes meus segredos
E os mais íntimos, no chão, foram todos, pisoteados.
O dia era dormido em jazigo desconhecido
E o Sol se punha nas montanhas tamanhas
E eu no dançar a caminho das bodegas,
Sto Antônio, quem sabe. Este, em que há gritos.
Os que apenas escutam não traduzem
O idioma lançado em glórias ali retratado.
Gosto do perfume barato, dos restos do tudo
Que não importa mais nada, que a vida nos leve.
Gosto do sorriso alucinado, penetrando além alma.
Ali observo, decoro minúcias do diverso,
Ali transbordo em copos a feliz gratidão
E não a certeza do ter & perder.
Karoline S. Gomes
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