Caro
amigo futuro professor,
Gostaria
de lhe recomendar um ótimo documentário que acabei de assistir e é tão fácil
encontrá-lo na internet com o seguinte nome: La educación prohibida, ele foi
produzido por jovens argentinos e lançado em 2012.
À
medida em que assistia ao vídeo pensava o quanto ele seria produtivo e
importante para você, meu amigo! Pois, trata-se de vários depoimentos de
pessoas envolvidas com toda a problemática acerca do processo educativo e como
você está se preparando para futuramente se tornar um educador, este irá
contribuir para sua formação e também para a construção de uma visão geral de
como se dá o ensino nas escolas, o que é também foi uma das propostas do PIBID
(Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) ao fazer com que seus
bolsistas (futuros professores) ainda graduandos de uma licenciatura entrassem
em contato com a rotina das escolas.
Várias
são as questões abordadas pelo documentário e que merecem destaque, no entanto,
primeiramente o que mais me chamou a atenção e penso que também chamaria a sua,
pois já nos debruçamos muito sobre esta questão se refere as críticas feitas às
práticas educativas tradicionais que prevalecem ainda nos nossos dias e regem o
andamento do currículo das escolas brasileiras, apesar delas não serem
mencionadas no documentário.
Após
ter assistido ao documentário não pude deixar de perceber algumas outras
semelhanças entre ele e alguns casos que presenciei no PIBID enquanto cursava
minha licenciatura. Irei comentar algumas questões em comum entre ambos, pois
sei que será de grande importância para você assim como foi para mim.
Várias
são as cenas que mostram a falta de interesse dos jovens pelo estudo, pois
estes não conseguem ver nenhum sentido em apenas repetir o que está nos livros
didáticos ou o que o professor “fala” em sala de aula. Será que na verdade o
professor não “ensina”, mas somente se preocupa em transmitir informações?
No
vídeo fica claro que as escolas não procuram desenvolver as habilidades e a
autonomia dos seus estudantes, o que ela preza são os conteúdos, que não podem
ser deixados nunca de lado e as notas de seus “exames” obrigatórios. Neste
ponto, as escolas não avaliam os estudantes pelo que eles são, levando em conta
seu estado emocional e muito menos seus interesses. Ou seja, os estudantes em
todos os momentos de sua vida escolar são levados a buscar algo que eles não
desejam, ou melhor, que eles muitas vezes nem sabe o que é. As ditas avaliações
são somente uma forma de satisfazer nossa sociedade que classifica e rotula as
pessoas como se fossem apenas simples objetos, Então, em uma escola encontramos
aquele estudante EXCELENTE, um outro BOM e o pobre coitado que se frustrará a
vida toda, o RUIM.
Todas
estas questões eu pude observar enquanto bolsista do PIBID, então constatei que
apesar de o documentário ser argentino e não citar nenhum caso brasileiro,
todos, eu digo todos os casos e questões abordadas por ele são tipicamente
brasileiros, ou seja, estes problemas são nossos.
Percebi
também que os professores muitas vezes encontram-se presos aos currículos de
sua disciplina e por isso eles não são capazes assim como o estudante de
conquistar sua autonomia e muito menos de priorizar ou mesmo de buscar uma
relação saudável com seus alunos. A questão da falta de tempo com que o
professor lida, também contribui para agravar ainda mais esta questão.
O
documentário além de tratar das dificuldades reais vividas nas escolas por seus
personagens, ele propõe novas propostas pedagógicas que em sua maioria não são
novidades, pois vários estudos e discussões apontam este caminho como uma
solução para nossa educação. Muito se discuti que o educador deve repensar sua
atuação a cada momento e que o objetivo principal de sua carreira é atingir, ou
seja, fazer com que seu aluno se interesse pelo estudo, crie vínculos e busque
conhecimento.
Todas
as propostas feitas pelo documentário também são necessidades da educação
brasileira, elas estavam presentes em todos os estudos que fiz no PIBID, em
todas as reuniões do grupo, era visível no olhar de cada estudante das turmas
do ensino médio de duas escolas públicas que acompanhei a dúvida e o
sofrimento, a primeira por não entender o porquê de estar ali e a segunda por
não possuir nenhum tipo de garantia e não conhecer a si próprio.
Para
tanto, sempre buscar se atualizar, pensar em sua prática no dia a dia,
consequentemente em suas formas de avaliar, sua relação com os estudantes e em
verdadeiros objetivos como professor já é um bom começo, que tal?
Querido
amigo, eu tenho pensado muito sobre esta profissão que escolhi, suas
dificuldades, seus pontos fracos e principalmente nas possibilidades que temos
de mudar a situação atual é que têm atraído minha atenção, e isso tem me feito
muito bem, nunca antes fui tão bem sucedido em minhas atividades, falo isso
pois tenho percebido que quando faço o meu melhor por aquilo que escolhi os
meus frutos são reconhecidos em minha rotina em sala de aula. Esta sensação de
satisfação, de serviço cumprido me engrandece é como se eu fosse capaz de
realizar tudo que quisesse.
Vou
finalizando minha carta por aqui e espero que ela seja de grande valia para sua
formação e seu futuro. Não vejo a hora de receber sua resposta! Um grande
abraço.
Karoline
Santos Gomes
Margareth
Aparecida da Silva
(Trabalho
avaliativo para a disciplina Oficina de Filosofia II entregue 09/04/2013)
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