quinta-feira, 10 de maio de 2012

Qual a sua posição sobre o Amor?




Deslizes

Como podes marcar uma eternidade?
Fazer falar o mais fechado coração.
Um olhar que destrói com culpas - as promessas.
Não se iluda coração, que passa.

Como a luz te faz fiel no mundo,
procuras o que? No escuro...
Um descanso entre as pedras?
Não se iluda coração, que passa.

Como disfarças, com gestos vãos,
a justificável incapacidade do ser.
Um passo a minha direção, darás?
Não se iluda coração, que passa.

Como seus olhos verdes irrigam minha alma,
serenidade no ato descompassado.
Um só instante, me faz fiel.
Não se iluda coração, que passa.

Como procuras sensações - emoções temporárias,
passagem sem sabor, sem magoas?
Um sentimento único, que libera espaços.
Não se iluda coração, que passa.

Karoline Santos Gomes

De Tiziano a Marx: arte, trabalho – como transformação do mundo e ensino de filosofia



MITO DE SÍSIFO
Na mitologia grega, Sísifo (Σίσυφος) foi fundador e rei de Éfira (nome antigo de Corinto). Era filho de Eolo e Enarete e marido de Mérope e foi o pai de Odiseo. Também foi o pai, do deus marinho Glauco. Dizia-se que tinha fundado os Jogos Ístmicos em honra a Melicertes, cujo corpo tinha encontrado tendido na praia do Istmo de Corinto.
Foi promotor da navegação e do comércio, mas também avaro e mentiroso. Recorreu a meios ilícitos, entre os que se contava o assassinato de viajantes e caminhantes, para incrementar sua riqueza. Desde os tempos de Homero, Sísifo teve fama de ser o mais astuto dos homens. Quando Tánatos foi a lhe procurar, Sísifo lhe pôs grilletes, pelo que ninguém morreu até que Ares vinho, libertou Tánatos, e pôs Sísifo sob sua custodia.
Mas Sísifo ainda não tinha esgotado todos seus recursos: antes de morrer disse-lhe a sua esposa que quando ele se marchasse não oferecesse o sacrifício habitual aos mortos, de modo que no inferno se queixou de que sua esposa não estava a cumprir com seus deveres, e convenceu a Hades para que lhe permitisse voltar ao mundo superior e assim disuardi-la. Mas quando esteve de novo em Corinto, recusou voltar de forma alguma ao inframundo, até que ali foi devolvido à força por Hermes.
No inferno Sísifo foi obrigado a empurrar uma pedra enorme acima por uma ladeira empinada, mas antes que atingisse o cume da colina a pedra sempre rodava para abaixo, e Sísifo tinha que começar de novo desde o princípio (Odisea, xi. 593). O motivo deste castigo não é mencionado por Homero, e resulta escuro (alguns sugerem que é um castigo irônico de parte de Minos: Sísifo não queria morrer e nunca morrerá, mas terá que pagar um alto preço e não descansará em paz até o pagar). Segundo alguns, tinha revelado os desígnios dos deuses aos mortais. De acordo com outros, se deveu a seu hábito de atacar e assassinar viajantes. Também se diz ainda que após velho e cego seguiria com seu castigo. Este assunto foi um tópico freqüente dos escritores antigos, e foi também representado pelo pintor Tiziano, entre outros.

  • Tiziano ou Ticiano (Pieve dei Cadore, Belluno, 1477 - Veneza, 27 de agosto de 1576), foi um pintor italiano do Renascimento, um dos maiores expoentes da Escola veneziana.





RELAÇÃO ENTRE SÍSIFO E A QUESTÃO DO TRABALHO PARA MARX

Na analise da pintura de Sísifo de Tiziano e também do mito, ressaltamos o conceito de trabalho, pois que Sísifo fora obrigado a empurrar eternamente uma pedra morro acima, mesmo sabendo que mais cedo ou mais tarde a pedra iria novamente rolar para abaixo e que ele sem contestação deveria descer e empurrar mais uma vez a pedra.
Sísifo desenvolve um trabalho alienante, pois que ele serve de objeto e em conseqüência disso, acaba por se desumanizar, pois que o produto de seu trabalho não existe. O trabalho de Sísifo, portanto, é aplicável em todos os casos de labor infrutífero, isto quer dizer, trabalho em vão ou de esforços baldados inúteis, sem término e sem qualquer finalidade proveitosa.
Segundo Marx, o trabalho é uma atividade pela qual o homem transforma o mundo e a si próprio. Diferentemente dos animais que eram guiados pelos instintos naturais, o homem domina as forças da natureza, de acordo com sua necessidade e vontade, através do trabalho. Mas com o passar do tempo ele verificou que o trabalho assumiu características desumanas, porque os trabalhadores não se realizavam mais como pessoas em suas atividades profissionais.
O homem é sujeito de si mesmo e, da própria história e, portanto, não necessita de um deus acima dele. Para Marx, o homem se fabrica a si mesmo através de seu trabalho.
A filosofia marxista procura justamente se engajar na prática concreta de construção do ser humano. Por isso foi chamada de “filosofia da práxis”, que significa ação aliada à reflexão. Marx sempre se opôs à divisão entre o trabalho intelectual e o trabalho manual: enquanto alguns se dedicam exclusivamente aos estudos, os demais só “pegam no pesado”. Nosso filósofo queria que todos os tipos de trabalho fossem igualmente distribuídos entre os homens.

“Os filósofos não tem feito senão interpretar o mundo de diferentes maneiras: o que importa é transformá-lo.” (Marx)


Referências
- ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à Filosofia. ed. São Paulo: Editora Moderna, 1992. p. 55-68 e p. 324-333.
- GADOTTI, Moacir. Marx – transformar o mundo. ed. São Paulo: Editora FTD, 1989. p.39-73.

Comentário do capítulo seis do livro X da obra Ética a Nicômaco de Aristóteles


No capítulo seis do livro X da obra Ética a Nicômaco, Aristóteles analisa a natureza da felicidade julgando-a não como uma disposição, como se ela estivesse ao alcance do homem sem exigir dele qualquer esforço, mas sim como uma atividade que requer ações contínuas e virtuosas, uma vez que viver bem e conforme a virtude não é nada fácil, mas algo que deve ser conquistado.
Nesse sentido, a felicidade é classificada como uma atividade. No entanto o filósofo discrimina dois tipos de atividades, uma necessária e desejável com vista em outra coisa e outra desejável em si mesma. A felicidade está entre as atividades desejadas em si mesmas, porque a ela nada falta, ela é auto-suficiente, não se procura nada mais além dela. Também as ações virtuosas, nobres e boas participam desta natureza, pois são desejáveis em si.
Logo, as atividades exercidas à luz da virtude e da razão estão presentes na capacidade de todo o homem. Ele deve participar das atividades boas para participar mais da felicidade. Esta é imanente em sua vida, portanto, algo que pode ser conquistado por ele.
Dessa maneira, as boas atividades são identificadas com o agir conforme a virtude – viver de forma reflexiva e participativa. Tais características constam nas atividades do homem nobre, que participa constantemente dos assuntos da Polis como cidadão. Essa é diretriz para o bem viver e para as boas atitudes. Assim, as atividades que exigem esforço, pautadas na seriedade, são melhores e superiores do que as que tendem ao entretenimento, por exemplo. Então, uma vida virtuosa não consiste em divertir-se ou em esforçar-se com vistas às recreações agradáveis, pois elas não se identificam com a felicidade. O relaxamento, por exemplo, não é um fim; quando o escolhemos, escolhemo-lo com vista em outra coisa, o que não acontece com a felicidade que é um fim em si.
Pra Aristóteles a natureza da felicidade não pode ser identificada com a dessas outras atividades, pois qualquer pessoa, até um escravo, pode usufruir dos prazeres do corpo e não menos que o homem virtuoso. Visto que nunca se pode considerar um escravo partícipe da felicidade, por ele não gozar de tempo para participar das atividades de um cidadão e também por suas atividades serem privadas de virtude e razão.
Portanto, as atividades do homem nobre fazem parte da natureza da felicidade, por ele possuir uma vida prática e contemplar o saber das coisas. Suas atividades exigem esforço e não consistem em divertimentos, pois que as atividades sérias ao contrário das risíveis, ainda, participam mais da natureza da felicidade. A felicidade está, assim, nas atividades virtuosas.

Karoline Santos Gomes

terça-feira, 8 de maio de 2012

PIBID/Filosofia 2012 UFSJ

Novo ano, novos sonhos, novos bolsistas, ... com mais força do que nunca levando a Filosofia para as salas de aula!!!